Você já se perguntou quantas dietas já fez na vida? Você sabe o que acontece quando restringimos a nossa alimentação?
Em primeiro lugar é importante saber que o nosso corpo gasta menos calorias quando fazemos dietas. Isso ocorre porque quando baixamos nosso peso drasticamente o nosso cérebro entende que estamos morrendo de fome e começa a poupar energia, ou seja, passamos a gastar menos calorias do que antes.
Outro ponto importante é que, quando esse “mecanismo de sobrevivência” é acionado, nós experienciamos também altos níveis de estresse, depressão e ansiedade. Algumas das consequências da restrição alimentar são: pensamentos obsessivos por comida, aumento anormal da fome, diminuição ou desregulação da saciedade e episódios compulsivos.
Essa desconexão com os sinais internos de fome nos torna mais frágeis a influências ambientais, psicossociais e emocionais no comer. Além disso, é importante lembrar que a compulsão está diretamente relacionada com a ansiedade. Pessoas ansiosas tendem a comer mais e, ao mesmo tempo, pessoas que comem de forma compulsiva tendem a ser mais ansiosas. Dessa forma, a compulsão surge como uma forma de “compensar” todo esse estresse sofrido, causado pela restrição alimentar.
A dieta funciona em um ciclo sem fim: começa com uma insatisfação com o corpo -> inicia a dieta -> causa ansiedade -> provoca compulsão -> sentimento de culpa pelo episódio compulsivo -> novamente surge a insatisfação com o corpo (e todo o restante se repete).
Ou seja, as dietas restritivas não funcionam para emagrecimento a longo prazo, pois o nosso corpo não permite. Precisamos sempre de equilíbrio, priorizando a nossa saúde física e mental. A mudança de hábitos é necessária para que algo seja mantido por mais tempo, como uma rotina de exercícios, uma alimentação mais saudável e o planejamento necessário para a manutenção desses novos hábitos.
Cada pessoa tem um processo único, que não é linear e precisa ser respeitado, evitando sempre comportamentos extremos. Para isso, é fundamental o acompanhamento com psicólogos, médicos e nutricionistas.
Quer saber mais sobre o que acontece quando fazemos dietas restritivas e estratégias para auxiliar na mudança de hábitos? Acesse nosso workshop neste link: Workshop – O que Acontece Quando fazemos dietas restritivas (assista a partir dos 32:00 de vídeo).
Referências:
- Monroe JT. Mindful Eating: Principles and Practice. American Journal of Lifestyle Medicine. 2015;9(3):217-220.
- BARBOSA, Marina Rodrigues, et al. Mindfulness, mindful eating e comer intuitivo na abordagem da obesidade e transtornos alimentares. SMAD Revista Eletrônica Saúde Mental Álcool e Drogas (Edição em Português), v. 16, n. 3, p. 118-135, 2020.
- DE ALMEIDA ANDRADE, Cháritas et al. Dietas restritivas e o risco para o desenvolvimento de compulsão alimentar em adolescentes. Brazilian Journal of Development, v. 7, n. 5, p. 50918-50928, 2021.
- TRIBOLE, Evelyn; RESCH, Elyse. Intuitive Eating: A Revolutionary Program That Works. 2nd Edition. St. Martin’s Griffin, 2003.