Você sabe o que é seletividade alimentar?

Talvez você não saiba o que é isso mas na atualidade esse é um assunto muito comentado nas creches e escolas. Caso você tenha crianças em casa, você já reparou que algumas podem apresentar dificuldade em se alimentar corretamente,  podendo apresentar muitas exigências em suas escolhas alimentares?

Hoje vamos abordar esse tema e buscar dicas que podem ajudar nesse problema.

A seletividade alimentar normalmente aparece na infância e têm três características: recusa alimentar, pouco apetite e desinteresse pelo alimento. Quando essa seletividade evolui da infância para a adolescência e para a vida adulta causando sérios prejuízos à saude é classificada como Transtorno restritivo/evitativo (TARE). Faz pouco tempo que a seletividade foi classificada como transtorno e isso só aconteceu em 2013.

Sabemos que essa seletividade alimentar acontece na primeira infância; a criança pode apresentar recusa alimentar com comportamentos como: demora para comer, tenta negociar com seus pais a troca de alimentos a serem consumidos, birras e até fugas da mesa.

Essas crianças também apresentam um consumo limitado e grande resistência a novos alimentos, e isso pode acarretar sérios problemas em sua saúde e na sua vida social.

Em alguns casos a seletividade se associa a consumo de alimentos de uma tonalidade como, por exemplo branco. Ou ainda tendo um sabor suave e neutro como pão, leite e macarrão. Pode ser também relacionada à textura do que ingerem podendo essa ser crocante ou pastosa.

Algumas crianças não toleram o odor de certos alimentos que não fazem parte de sua dieta.  Outro ponto importante encontrado nas pesquisas é que algumas crianças apresentam ansiedade para com alimentos que podem sujá-las ao serem ingeridos. Segundo os resultados, esse comportamento foi associado à relação das crianças com suas mães, que podem  ser obsessivas por limpeza ou que não permitiam que seus filhos se sujem  ao comer. 

Dessa forma a relação que se estabelece entre a comida e a criança pode estar relacionada a seus cuidadores que devem sempre promover um ambiente saudável para essas experiências. O tratamento precoce evita a evolução desse quadro e a participação ativa dos pais para melhora é necessária.

Alguns pontos que devem ser abordados na avaliação da seletividade alimentar: Quem dita as regras da alimentação da casa? Aconteceu algum fato traumático que desencadeou o problema? Na hora das refeições, esse é um ambiente acolhedor ? Os pais dão exemplo comendo de forma variada? Existe disponibilidade de alimentos para a criança ?Qual é o tempo disponibilizado para a alimentação? Como a comida é apresentada para a criança?A criança usa a recusa alimentar para ter atenção dos pais? 

Esse são pontos importantes a serem observados pelo terapeuta que deverá atuar de modo investigativo para melhor atender essa demanda.

Caso você seja um adulto com seletividade alimentar você pode encontrar ajuda na Alimentas! Entre em contato conosco.

SAMPAIO, Ana Beatriz de Mello et al . Seletividade alimentar: uma abordagem nutricional. J. bras. psiquiatr.,  Rio de Janeiro ,  v. 62, n. 2, p. 164-170,  June  2013 .