Transtornos Alimentares na população LGBTQIA+: o que você precisa saber?

O 17 de maio é marcado pelo dia internacional de luta contra a homofobia, transfobia e bifobia. Essa data tem como objetivo conscientizar as pessoas sobre a luta contra a discriminação desses indivíduos. Nós, da Alimentas, acreditamos que é possível viver em um mundo menos hostil. Por isso, no conteúdo dessa semana trouxemos falaremos sobre como essa população pode sofrer com os Transtornos Alimentares (TAs), de maneira resumida. Primeiramente é importante ressaltar sobre o respeito à identidade de gênero do indivíduo. Pergunte para a pessoa como ela se identifica e como ela quer ser tratada, ou seja, qual o uso de pronomes você deve utilizar.

Há certa dificuldade na obtenção de dados e a realização de pesquisas com a população LGBTQIA+, pois, às vezes, as pessoas preferem não se identificar como parte dessa população. Segundo o Guia de Cuidado e Atenção Nutricional à População LGBTQIA+, mais da metade desses indivíduos estão em algum grau de insegurança alimentar. Além disso, os determinantes sociais da saúde mostram que muitas pessoas desse grupo social sofrem discriminação, violências físicas e simbólicas, além de abuso de drogas, como álcool e cigarro e outros fatores.

Em relação aos Transtornos Alimentares, os que mais aparecem nessa população são: anorexia nervosa, bulimia nervosa e compulsão alimentar. Somando-se a isso, há uma série de fatores correlacionados aos TAs, abaixo há alguns deles:

  • Altos índices de insatisfação corporal devido ao alto padrão de beleza.
  • Estresse de minorias (pressão sofrida pela sociedade) e estresse entre minorias (que é a opressão sofrida dentro da própria comunidade).
  • Nas pessoas trans, o uso de laxantes e outros remédios para fins de emagrecimento é bastante comum. Além da purgação e jejuns em mulheres trans.
  • Em homens trans há maior acometimento da compulsão alimentar.

A abordagem comportamental se aplica para essa população, uma vez que é possível abordar a entrevista motivacional – entendendo o contexto daquele indivíduo, explorando a ambivalência, compartilhando informações de cunho científico, sem uma postura de detentor do saber, planejando os próximos passos e traçando um plano de ação em conjunto com o indivíduo.

A população LGBTQIA+ pode ter maiores riscos para o desenvolvimento de TAs, portanto é muito importante cuidar como é feita a conduta nutricional. Não é recomendado prescrever contagem de calorias ou restrições alimentares severas, exceto em patologias específicas. Além disso, também é importante não agir de maneira prescritora e construir um bom vínculo com o paciente.

Para maiores informações aconselhamos que leia na íntegra o guia citado, para que assim, você tenha um norte para auxiliar no manejo nutricional. Se você é uma pessoa da população LGBTQIA+ e quer melhorar a sua relação com a comida, pode entrar em contato conosco.

Por Louise Barbosa

Referência: Lima, L. M., Trindade, I. O., Góis, I., Rodrigues, F. B., Gomes, S., Reis, T. (org) Guia de cuidado e atenção nutricional à população LGBTQIA+ [recurso eletrônico] / Lima et ao. (org). – 1. Ed. Brasília, DF: Conselho Regional de Nutricionistas da 1ª Região; Natal, RN: Insecta Editora. 33 p.; PDF.