Por que achamos que ser magro é bonito?

Por que achamos que magreza é referência de saúde?

Por que queremos emagrecer?

É dificil responder a todas essas perguntas de forma simples e objetiva. 

Sabemos que no decorrer da história da humanidade o padrão de beleza  vem se modificando de acordo com a época vigente. Podemos começar citando os gregos que buscavam a beleza do corpo visando a perfeição estética, ou seja, o corpo sendo visto como modelo de linhas harmônicas e não como a representação de um ser humano que é tão diverso como é a realidade. Pois  o corpo é diverso e nada assimétrico!

Todos os padrões de beleza  que já existiram acabam por estabelecer alguns objetivos, como por exemplo,  o de excluir a grande maioria das pessoas pois muitas vezes eles são inatingíveis e inacessível para obtê-los. 

Antigamente, durante o Feudalismo,  ter curvas era o padrão valorizado ainda que fosse impossível  a maioria das pessoas uma vez que a comida  era ligada ao luxo.

Atualmente conseguir ser magro é visto como a meta pois temos agora formas de conservar os alimentos e comida à disposição, Além disso, vivemos uma sociedade que a todo momento oferta produtos alimentares como algo a ser consumido em abundância. Essa oferta torna o emagrecer como um  desafio a ser conseguido porque o corpo que se valoriza é o corpo magro.

Já sobre o culto da magreza podemos citar Naomi Wolf em seu livro o Mito da Beleza no qual  a autora afirma que esse culto funciona como uma forma de controle as mulheres. Não apenas de seus corpos mas também de suas formas de pensar e existir. Sendo o corpo um produto do a indústria da moda, das cirurgias plásticas, dos cosméticos, das dietas e das atividade físicas têm lucrado com isso. Segundo a autora: 

“Os nossos corpos não pertecem a nós, mas à sociedade, que a magreza não é uma questão de estética pessoal e que a fome é uma concessão social exigida pela comunidade.Um fixação cultural na magreza feminina não é uma obsessão com a beleza mas sim com a obediência feminina”. (WOLF, 1992 .p.247)

Na atualidade a cultura da magreza e do corpo fitness sem defeito ou gordura continua a crescer e redes sociais têm sido um grande aliado para perpetuar as imagens de beleza que antes eram vistas apenas em revistas, ´publicidade  e passarelas. Hoje em dia com Instagram, o  Tiktok e o Facebook essa cultura se amplia e consolida. È importante pensar que Nessas redes sociais existe tudo inclusive a ausência realidade. Vemos uma profusão de imagens editadas, de dietas milagrosas e de cirurgias que prometem felicidade. Essa ênfase na beleza e não na saúde tem contribuído muito para  a aumentar o número de transtornos alimentares.

ECO, Umberto (Org.). História da beleza. Rio de Janeiro: Record, 2004.

WOOLF, N. O Mito da Beleza. Como as Imagens de Beleza são usadas contra as Mulheres. Tradução de Waldéa Barcellos. Rio de Janeiro. Ed. Rocco, 1992.