Muitas meninas e mulheres relatam que já tentaram realizar milhares de dietas no intuito de emagrecer, mas que sempre acabavam desistindo da dieta por algum motivo.
Você já passou por isso? E sabe identificar o que todas essas “dietas milagrosas” tem em comum? Pois é, a restrição alimentar. A grande maioria das dietas que vemos por aí na internet que prometem grande perda de peso em pouco tempo promovem a perda de peso pela restrição alimentar. Podemos citar de exemplos a dieta da sopa, da carne, do ovo, ou qualquer outra dieta que exclua um ou mais grupos de alimentos.
E por que será que a restrição alimentar não funciona?
Nossa alimentação é influenciada por diversos fatores internos e externos, entre eles: contexto social e econômico, preferências alimentares, emoções e sentimentos, conhecimento nutricional, motivações, entre outros. Ou seja, existem milhares de motivos pelos quais comemos o que comemos.
Quando queremos ou precisamos modificar algum hábito, é necessário certo esforço e constância na prática de novas ações para que seja possível criar ou desfazer este hábito, portanto mudanças comportamentais, incluindo a reeducação alimentar requerem tempo e esforço. A retirada abrupta de algo da nossa alimentação vai contra os antigos hábitos que tínhamos, portanto deliberadamente nosso corpo sempre estará lutando contra essa nova prática. Além disso, a restrição alimentar pode desregular a percepção de fome e saciedade do indivíduo, produzir alterações hormonais e psicológicas (como modificação do humor), induzir à fome e pode também gerar episódios de compulsão alimentar, sendo estas dietas comumente ligadas ao “efeito sanfona” – reganho de peso logo após o término da dieta.
Sophie Deram expõe muito bem em seu livro que “Comer é uma necessidade fisiológica assim como respirar, se hidratar, dormir e se reproduzir. Provavelmente por isso a natureza fez dessas funções um prazer, de modo que a privação delas resulte em dor física e sofrimento.”
Existem outras maneiras de emagrecer de forma saudável sem restrição alimentar, através da reeducação alimentar.
Referências:
[1] DERAM, Sophie. O peso das dietas. Rio de janeiro: Sextante, 2018.
[2] BERNARDI, Fabiana, CICHELERO, Cristiane, & VITOLO, Márcia Regina. Comportamento de restrição alimentar e obesidade. Revista de Nutrição, 18(1), 85-93, 2005. https://doi.org/10.1590/S1415-52732005000100008