Comer emocional

Comer emocional significa comer não em resposta a um estímulo de fome, mas sim
a um gatilho emocional. Isso pode ocorrer tanto com emoções negativas quanto positivas,
ou seja, podemos comer porque estamos tristes, com raiva, tédio ou até mesmo por
estarmos felizes e animados. Um bom exemplo disso é quando dizemos: “Estou triste,
mereço comer um chocolate.” A comida possui um significado que vai além das
necessidades fisiológicas, por isso temos vontade de comer mesmo sem sentirmos fome.
Durante a infância é comum que, para nos acalmar ou consolar, nossos pais nos
ofereçam alimentos como doces, por exemplo, mesmo quando o motivo do nosso choro não
é a fome. Dessa forma, entendemos desde cedo que os alimentos estão relacionados ao
nosso bem-estar, o que dá a eles um significado emotivo e faz com que se tornem a nossa
primeira estratégia para lidar com as sensações desagradáveis.

Mas como podemos diferenciar a fome física da emocional? A fome física surge e
aumenta de forma gradual, não exige nenhum alimento específico e acaba quando nos
sentimos saciados. Já a fome emocional aparece de maneira súbita, exigindo um
determinado alimento e não acaba quando o organismo está saciado. É como se
comêssemos para preencher um vazio, e por mais que os alimentos sejam ingeridos, ela
não passa. Isso ocorre porque, na realidade, não é de comida que precisamos.

É importante salientar que é impossível comer sem emoções, justamente porque
elas estão sempre presentes. A comida tem um lado afetivo muito forte, ou seja, o comer
emocional vai acontecer e está tudo bem. Mas então quando ele se torna um problema?
Quando comemos sempre que sentimos alguma emoção. Por isso, é muito importante
aprender outras estratégias que também nos ajudem a lidar com as emoções além da
comida e sem ela, já que a mesma pode até confortar em certos momentos, mas não
resolve os nossos problemas.

REFERÊNCIAS:
BALAIAS, D. M. A. S. Quando as emoções comandam a fome. Revista Portuguesa de
Psicologia, p. 1-4, 2010.